segunda-feira, 8 de agosto de 2011

EUA/Crise: E eu com isso? Tem a ver sim, sofre também

TONI SCIARRETTA *
 Longe de ser uma ilha, o Brasil deverá ser um dos países mais afetados pelo rebaixamento dos EUA. O país poderá até se beneficiar daqui a alguns meses de um eventual aumento de fluxo de capital para países emergentes, valorizando ainda mais o real, agora que ficou estampada a fragilidade da economia americana. Antes, porém, vai sofrer com o tsunami financeiro que deverá varrer os mercados nos próximos dias.

O Brasil foi uma das maiores apostas do mercado financeiro global no período entre as crises de 2008 e 2011, mas é um país pequeno, periférico e alternativo. Será um dos primeiros a perder recursos para cobrir as perdas nos mercados maduros.
Após o choque financeiro, virá o ajuste à nova realidade recessiva ou de baixo crescimento global.  Dependente da exportação de commodities agrícolas e minerais, o Brasil perderá duplamente com a redução de volume e de preços desses produtos.

Projetos de infraestrutura para Copa do Mundo e para Olimpíadas, que são intensivos em capital, terão mais dificuldade de financiamento.
Além do abalo na confiança, os bancos terão de reduzir o dinheiro disponível para empréstimos porque terão de recolher provisões maiores para calote, por conta da avaliação de crédito piorada dos títulos dos EUA.  (* Folha de S.Paulo)

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